quarta-feira, 25 de maio de 2011

Holá, que tal? Uma viagem pela America Central (Rimou!)

Tive a oportunidade de fazer uma viagem a trabalho por 3 países da AmericaCentral. Apesar do curto período e da agenda apertada, tive chance de viver, nos poucos dias que tive, um pouco da cultura e dos ares de da Costa Rica, El Salvador e Guatemala.

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Para quem nunca havia visitado um país latino de língua hispânica, era totalmente uma novidade. E foi uma viagem cheia de surpresas interessantes.

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Quer dizer, exceto pelo terremoto que tivemos. Mas, não foi nada sério. Apenas 6.7 na escala Richter, segundo os jornais. Como o terremoto se iniciou no mar, sentimos apenas a vibração nas pernas como se estivessemos em cima de uma estação de metrô.

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Os tremores duraram cerca de 2 minutos. Eram quase nove da noite e estavamos no restaurante do hotel. Os Costariquenhos continuavam a beber como se nada tivesse acontecendo. Olhavamos intrigados enquanto apertavamos o peito com um início de ataque cardíaco.

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Além do tremor, tivemos outras surpresas por aqui. A maior delas foi saber que a expectativa de vida do Costariquenho chega a ser de 74/79 anos. Só pode ser por eles serem um país muito religioso porque, pelo tipo de comida que eles comem, é um milagre eles ultrapassarem os 30.

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Para se ter idéia, comem usualmente banana frita, linguiça e ARROZ COM FEIJÃO. Seria normal se isso não acontecesse, nas 3 refeições diárias, incluindo no café da manhã. Acho que engordei 2 quilos, no segundo dia da viagem.

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Todas as três capitais são bastante movimentadas e tudo é muito urbanizado. Só tenho medo de não me acostumar mais a andar pela cidade sem os batedores abrindo o trânsito pela cidade. Sim, por que, como se trata de uma missão sobre tema de segurança pública a polícia tem mandado escoltas para nos acompanhar em todas as reuniões.

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Param o trânsito para a passagem dos nossos carros. Cruzamos por áreas destinadas só para pedestres. Me senti como o papa e vou acenando para as pessoas que passam pelas ruas assistindo nosso desfile. Meu ego nunca ficou tão inflado. Comecei a tomar anti-inflamatório para ver se diminui esse inchaço. Esse é um tratamento que eu gostaria de receber em todas as minhas missões. Mas nunca mais aconteceu.

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No mais, fica o registro de que continuo cometendo incidentes diplomáticos por onde quer que eu passe. Ontem, em um jantar com oficiais da polícia, um dos representantes da missão, que não pode estar presente, me pediu para entregar a um ex-bolsista dos cursos no Brasil, uma garrafa de cachaça brasileira para um oficial de El Salvador.

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Ao encontrar o oficial, entreguei-lhe a garrafa dizendo, "El señor XXX te mando una pinga". O oficial levou a mão a arma na cintura, olhou para mim e para o pacote fechado e cilindrico com cara de espanto.

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Foi quando outro oficial me informou que pinga era o nome que usavam para o aparelho reprodutor

masculino. Me justifiquei dizendo, "Soy apenas brasileño... e estúpido!"

sexta-feira, 23 de julho de 2010

12 horas no futuro...

Tudo começa com meu irmão. Ele fala conversa comigo mas no meio do seu discurso, uma ou outra palavra é incompreensível. Eu estranho as palavras desarticuladas mas consigo compreender o contexto geral do que ele fala. Deixo passar.

Mais tarde, um amigo conversa comigo e, dessa vez, suas frases não fazem sentido algum. Tento explicar para ele minha dificuldade em entender o que ele diz, mas quanto mais conversamos, menos nos entendemos.

Ao passar em frente a uma livraria, encontro um pequeno livro de alfabetização para crianças. Para meu mais completo terror não reconheço uma única palavra do que está escrito ali. Vejo a figura de uma maçã mas ao lado, onde deveriam estar letras M-A-Ç-Ã, estão apenas desenhos que se parecem com símbolos e que não me remetem a nada que eu conheça como alfabeto. Procuro um médico mas já é tarde demais. Eu não compreendo os sons que ele emite.

Acordo assustado e percebo que tudo era um sonho. Estou em um avião. Nos alto-falantes o piloto anuncia algo mas ainda atordoado pelo sono não presto atenção. A aeromoça se aproxima da minha poltrona fazendo sua ronda pelo avião. Ela aponta para o meu cinto e fala que não compreendo. Ela repete e... DEUS! EU NÃO ENTENDO UMA SÓ PALAVRA DO QUE ELA DIZ!! Só nesse momento que eu me dou conta de que não estou em um episódio de além da imaginação. Possivelmente, e isto é só um chute, eu não entendi o que ela disse porque a aeromoça falava em Japonês (Dãããã). SIM, pela primeira vez na vida - Konichiwa! - acabo de pousar em Tóquio.

Lendária terra de Godzilla, Ultraman, Speed Racer, Samurais, Animes e tantos outros elementos que influenciam a cultura pop moderna. Boa parte da minha infância foi, de alguma forma, conectada a esse arquipélago. Agora, finalmente, eu teria a honra
de conhecer pessoalmente.

Quase chorei de emoção quando, dias atrás, recebi a notícia de que iria participar de um treinamento de 10 dias em Tóquio, mas mantive o pouco de dignidade que ainda me resta (só pulei de alegria e chorei quando saí da sala do chefe).

A primeira coisa que notei ao chegar em Tóquio foi ver como a cidade é limpa. É tudo tão limpo que se você estiver comendo seu Sushi enquanto caminha e, por um acaso ele cair no chão, não se incomode. Simplesmente use seus palitinhos para pegar de volta o que caiu e continue a comer normalmente. Sabe a regra dos 5 segundos dos americanos para pegar comida do chão? Aqui valem 50 segundos.

Para não dizer que eu não encontrei sujeira, me deparei com um "toco" de cigarro no chão. Era possível vê-lo há uns 6 km de distância porque destoava no horiz
onte já que era o único elemento que destoava em todo o meu campo de visão (e não era um toco do tamanho Godzilla). Mas o toco estava em depressão profunda por solidão. Era o único que eu via em toda aquela rua. O asfalto, de tão limpo chega a brilhar. Não é exagero. Brilha mesmo. Acho que eles usam Glitter no chão. O asfalto parece um tipo de plástico ou um piso. É tudo tão novo e cuidado. Tudo tão perfeitinho que Tóquio parece irreal. E de fato é.

A noite, os gigantescos telões espalhados um ao lad
o do outro nos centros nervosos da cidade
fazem com que você não precise de flash para as fotos mas precise de óculos escuros para andar a noite. Na verdade, a cidade remete a um cenário de filme de ficção científica. Tem um "Q" óbvio de Blade Runner, só que mais iluminado e colorido. Sons, cores, luzes e pessoas. Tudo ao mesmo tempo agora. A disposição e confusão
criada pelos luminosos, faz com que você se sinta desorientado. Existem momentos em que você chega a desejar ser daltônico. Alguém deveria ensinar técnicas de Feng-Shui aos Japoneses.

Andar por Shibuya a noite deveria ser um tratamento recomendado para quem sofre de fobia de multidão. Ou a pessoa se cura, ou explode. Simples assim. É muita gente de uma só vez. E não há pausas. O tempo todo, GENTE. Por todos os lados, GENTE. Não há privacidade. Muita gente no metrô, nas ruas, nos restaurantes. Todos comprimidos no mesmo lugar. É uma hyper exposição a gente. Acho que vocês entenderam. GENTE! GENTE!.GENTE! Depois de Tóquio, me tranquei no meu quarto e peço comida pelo telefone.
Acho que "peguei" uma “Agorafobia” básica.

Mas essas mesmas pessoas que você que te assustam pela quantidade, são também uma das grandes atrações de Tóquio. Nunca encontrei pessoas tão bem vestidas nas ruas, ou pelo menos, tão exóticas. E olha que eu já tive oportunidade de visitar outros centros considerados capitais da moda como Roma, Paris e NY (sempre levando Renner e C&A para um passeio pelo mundo).

Então, quando eu digo que o visual das pessoas chama a atenção, não estou exagerando. São os japoneses que estão. As pessoas não só se vestem bem. Elas ousam. Cada um se veste como quer mas sem perder o estilo. Figuras estranhíssimas no metrô, homens vestindo saias escocesas em preto com boinas, convivem harmonicamente ao lado de Rockabillies ou personagens com visuais
steam-punk de sapatos pontudos e princesas foragidas dos mangás.

Você fica na dúvida se os japoneses se baseiam no modo de vestir dos personagens de animes, ou se os animes se baseiam no estilo dos japoneses. Todos (os jovens principalmente) se vestem como se estivessem em um vídeo game de “Final Fantasy” . É um carnaval de bom gosto.

E as mulheres? Ahhhhhhh (babei como Homer Simpson quando segura uma barra de chocolate... Chocolateeeee). As mulheres em Tóquio merecem um destaque especial. Confesso que, diferente de muitos amigos meus, eu nunca tive nenhuma atração por orientais. Isto até visitar Tóquio. Lá, me apaixonei a cada esquina durante os 10 dias que por lá estive, ou seja, cerca de 323 vezes. Ainda estou com taquicardia.

Todas as mulheres que esbarrei na rua eram lindas (sim, disse “esbarrei” porque você não anda, esbarra como se estivesse em um formigueiro humano). Todas novas, de sainhas curtas, botinhas e/ou meias ¾, mesmo no inverno de Tóquio, me faziam suar de calor. Elas realmente conseguem ser sexies, sem serem vulgares. E ainda tem aqueles pezinhos tortos para dentro (que todo pedólatra deve adorar) ressalta ainda mais aquele jeito “menininha” que faz derreter até o mais bruto dos homens. Muitas delas parecem umas bonequinhas. Na verdade, elas seguem uma tendência de moda chamado de Dolls que eu só vi lá. Literalmente as meninas se vestem como bonecas. E elas estão em toda cidade. Andando. Eu mesmo tive vontade de trazer umas 3 na mala. são pequenininhas e cabem em qualquer lugar.

E por falar em miniaturas, não poderia encerrar o post sem mencionar AKIHABARA, eletric city. Uma cidade com sobrenome desses tem que ser muito legal. Toda cidade deveria ter um apelido desses. Tipo, Brasília, “What-we-though-would-be-the-future-city”. Hummm.. melhor não.

De qualquer forma, Akihabara como cidade não seria grande coisa, se não fosse o fato de se tratar da capital mundial dos nerds. Nas ruas, jovens caminham travestidos de personagens de animes. Tudo que você imaginar sobre eletrônico, o universo mangá, anime você vai encontrar em Akihabara Vídeo games, relógios, computadores, Action figures, acessórios. Meus sensores nerds tilintavam. Eu sorria enquanto andava. Meus olhos brilhavam. Entrei numa loja de 6 andares só com mangás. Outra, seis andares só com animes e action figures, brinquedos.

Pena que no meu grupo eu era o único que via algum valor nessas coisas. Saí de lá arrastado, agarrando em postes enquanto as pessoas me puxavam pelas pernas e eu gritava apontando para as vitrines com os olhos arregalados:

- EVANGELION! ULTRAMAN! GODZILAAAAAAAAAA!!!


Um passeio por Shibuya

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O aniversário.

Sábado. Aniversário de uma amiga de longa data. Ela resolveu comemorar num pub no centro da cidade (já falei que gosto de pubs?).
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Bem, como usualmente acontece nos finais de semana, um inferno. Consigo entrar na casa depois de meia hora na fila (fala sério, é uma estratégia da casa, não? Aquela fila na porta dá impressão de que a casa está “bombando” para quem passa de fora!)
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A primeira coisa que eu faço é ir ao balcão e pedir uma garrafinha de cerveja “long neck” (noite quente e eu estava com sede depois da longa espera). Depois de rodar um pouco, localizo minha amiga (e aniversariante). Alguns presentes, beijos e sorrisos depois, ela me apresenta uma amiga com quem ela estava conversando. Fernanda era seu nome e ela tinha chegado de Londres recentemente para morar na cidade. A aniversariante pede desculpas e se retira para cumprimentar outros convidados, nos deixando a vontade para conversar.
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- E ai? Está gostando da cidade? Pergunto.
- Ah, é diferente de Londres, né? Mas é muito bom estar de volta!
- Mas você está trabalhando já?
- Sim, estou trabalhando em um banco, e você, o que faz?
- Ah trabalho para no XXX (Ah, não dá para revelar aqui onde trabalho, né? Além disso, acho que não é importante para a história!)
- O que? Você trabalha no XXX? Gente!! Eu estava louca para conhecer alguém que trabalhasse lá... (Ela me pareceu extremamente animada, seus olhinhos brilhavam! Fiquei preocupado.)
- Bem... er.. hum.. você acaba de encontrar então (respondi desconcertado e pronto para fugir. Aquela reação entusiasmada não poderia ser um bom sinal).
- Sabe o que é, eu conheci um rapaz que trabalha lá... Fábio. Você conhece um Fábio que trabalha lá?
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Coincidência ou não, eu conhecia um Fabio que trabalhava lá. O Fabio era uma figura. Afetadíssima. Era o melhor amigo das meninas do escritório e adorava fofocar no fim da tarde com o grupinho da “pausa para o café”.
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Lembro em uma oportunidade, quando as meninas conversavam sobre ir para um motel com um cara que conheceram na mesma noite. A opinião delas se dividia. Umas concordavam, outras criticavam. Não havia consenso (É claro, eu nem estava prestando atenção nesse fuzuê todo. Estava distante, trabalhando arduamente. Sou um profissional dedicado).
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Quando o Fabio entra na sala, as meninas o cercam e pergunta o que ele achava de no primeiro encontro com “qualquer um”. O Fabio levantou os olhos para cima, fez uma cara de nojo, apontou o dedo para uma das meninas e corrigiu:
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- Com qualquer uma não, querida. COM UMA MULHER!.
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A sala foi tomada por um silencio sepulcral que só foi interrompido pela risada espalhafatosa e quase histérica do Fábio.
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O que foi estranho na resposta dele, não foi o trejeito escandaloso e afetado. Foi a necessidade do complemento para alguém que está se fazendo passar por hetero. Imaginemos, por exemplo, dois amigos heterossexuais conversando:
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Amigo 1: - E ai camarada, o que você fez ontem?
Amigo 2: - Ah velho, nem te falo. Sai, bebi todas e terminei minha noite em um motel... COM UMA MULHER!!
Amigo 1: - NUUUSSA! QUE DIFERENTE VOCÊ!
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Questão: O complemento na resposta do amigo 2, é necessário ou suspeito?
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De volta a festa. Era essa pessoa que me veio a mente quando ela perguntou se eu conhecia um Fabio.
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De qualquer forma, ela se entusiasmou:
- Sério? Um moreno, alto de cabelos enroladinhos e olhos verdes?
- Bem, o Fabio que eu conheço é assim.
- Com sotaque bem forte do sul? Que passou agora em um concurso público?
- Humm.. É.. Parece ser ele mesmo.
- Ele mora com uns amigos e tem um carro azul?
- Olha, o Fabio que eu conheço acho que mora sim com uns amigos. Só pode ser ele.
Num suspiro ela se entrega:
- Ai, eu acho aquele homem tudo de bom! Sensível, educado, inteligente, bonito – (talvez sensível demais? pensei...)
Eu não resisto e deixo escapar um sorriso maldoso:
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- Olha Fê. Na boa, eu acho que esse cara não é para teu bico não, viu! (sorrindo)
- Hã? E porque não, posso saber? Ela pergunta indignada, arqueando uma das sobrancelhas, e cruzando os braços.
- Ué. Porque ele é GAY! Respondo com naturalidade:
- Hã? Gay? Não é não!
– E como você sabe que ele não é Fe? - levo à garrafa a boca e sorvo um gole da cerveja.
- Por que? Bem, porque ele é meu namorado!
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O tempo pára e eu fico paralisado. Foi o som auto ou eu ouvi ela dizer que o Fabio é o namorado dela? Não tiro a garrafa de cerveja da boca.
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O tempo volta ao ritmo normal. Olho para ela (mantendo a cerveja no mesmo lugar, tentando ganhar tempo). Não sei o que dizer. Ela aguarda ansiosamente. Parece um pequinês com os olhões vidrados esperando um pedaço de carne. Uma gota de suor escorre pela minha face.
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Outro gole na “long neck”. Ela desce amarga, quente e lentamente. A cerveja, que já estava na metade quando começamos a conversar, acabou por render cerca de 42 minutos (um novo recorde para se beber uma garrafa de 355mls). Eu desisto de tentar lamber o conteúdo da garrafa vazia (até porque estava com câimbra no pescoço) e decido encarar a fera.
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Bem, para resumir, o resto da noite a partir desse acontecimento foi horrível. Para onde eu ia, ela me seguia. Consegui perde-la quando fui ao banheiro. Mas descobri que ela estava esperando na porta ao sair, só para continuar saraivada de perguntas.
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Não é que ela tenha ficado com raiva. Ela parecia estar até conformada. Senti que ela percebeu várias características que a incomodavam. Mas ela queria ter certeza de que não era uma impressão. E eu e minha boca grande acabamos sendo a comprovação que ela tinha medo. E assim, lá estava ela, me seguindo pela casa e me perguntando porque eu achava que ele fosse gay e se eu sabia de alguma coisa?. Eu tentei dar uma desculpa qualquer (eu confundi. Ele só é muito... educado!). Não sei porque, mas não a convenci.
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Bem, toda essa experiência me ensinou 3 valiosas lições:
1) Não se deve julgar um livro pela capa;
2) Quem fala demais dá bom dia a cavalo e;
3) Terminar um texto desses com 2 ditos populares batidos é muita falta de criatividade.
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Mas eu quero mudar. Para nunca mais cair nessas situações que eu mesmo acabo me colocando, eu resolvi fazer um curso de surdo e mudo. Mas a coisa não anda bem. Sempre acabo batendo boca com o professor, sei lá, ele parece que não me dá ouvidos! (Turum-tissss).
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Para finalizar, semanas depois fiquei sabendo que o Fábio terminou com a Fernanda. Foi morar em Berlim com um amigo cabelereiro. Boa sorte Fábio!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O CONVITE...


Essa não aconteceu comigo, mas como a história é real, acho que se enquadra bem no espírito do blog ... No fim das contas, é bom saber que coisas que acontecem com gente estranha, não acontecem só comigo...
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Daniela e Vanessa adoram a balada eletrônica gay. Segundo elas, é a melhor balada para se dançar, ninguém fica perturbando querendo pegar e elas sempre fazem amizades.
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Essa era uma daquelas noites em que as duas saiam para se acabar na festa. Faziam isso eventualmente, quando realmente estavam muito animadas para dançar. Musica eletrônica bombando e muita vodka. Depois de 5 horas de festa e 3000 calorias evaporadas do corpo, elas decidem ir pra casa. Antes de entrar no carro, uma paradinha para repor as energias, no carrinho de cachorro quente estacionado na frente a boate.
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Cabelos desgrenhados, maquiagem borrada e um cachorro quente nas mãos eram a definição de uma noite perfeita.
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Entre uma mordida e outra no pão com salsicha (E Deus sabe o que mais pode deixar aquilo tão saboroso), elas sorriam e comentavam sobre o fim de noite. Foi nesse momento que se aproximou um desses bombadinhos de cabelos empastados de gel.
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Ele usava uma camiseta rosa com os inscritos "DOLCE & CABANA". A camisa era tão apertada que se estranhava a cabeça dele não estar roxa e os olhos esbugalhados, já que era cientificamente impossível alguém poder respirar normalmente usando aquilo.
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A calça jeans apertada que parecia ter sido costurada no corpo que somado ao tênis de couro branco, impecável, definiam o visual do rapaz que parecia uma versão gigante do boneco do KEN, (marido da boneca barbie, famoso pelo escândalo sexual envolvendo 2 playmobils de 2001).
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Ele se aproximou do carrinho de cachorro quente. Elas se entreolham, mas nada dizem. O andróide vestindo "DOLTCHEGABANA" olha para as duas e se aproxima com um sorriso largo e malicioso:
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- E AI GATAS! - disse ele abafando - Vocês estão demais hein? Duas lindas assim como vocês e eu não preciso de mais nada. O que vocês acham da gente ir lá para casa fazer uma HOMENAGEM A TROÍS?..."
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Entre tosse o som do engasgar, lágrimas e o som de risadas por 2horas e 35 minutos, uma delas consegue verbalizar com dificuldade:
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- Mas.. COF! COF! Mas (hehe) quem diabos é esse TROÁ (TROIS) que merece tanta homenagem?

E continuram as gargalhadas...
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O andróide se afastou discretamente e voltou ao seu planeta sem entender muito bem onde foi que ele tinha errado..
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Isso é que é uma "balada sexy"..